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Klauber Vogel, 36 anos, empresário - 22/05/2018

Em galpão da Zona Leste de São Paulo, jogadores ouvidos por VEJA acreditam que ampliar concessão de porte de armas não é solução para segurança pública


Vestidos para a guerra, cerca de vinte homens discutem planos para derrubar o adversário sob o som incessante de um tiroteio. O clima é de tensão no War Game Airsoft, um galpão na Vila Carrão, Zona Leste de São Paulo, onde o grupo se reúne toda semana para disputar uma partida de airsoft, jogo cujo objetivo é cruzar o campo, roubar a bandeira do time oponente e voltar à própria base sem ser atingido por balas de plástico — pouco maiores que a cabeça de um alfinete, mas capazes de causar hematomas pelo corpo.
Mais do que uma disputa de quem tem a melhor mira, trata-se de uma competição de estratégia. Sob olhar atento do ranger, monitor que atua como um juiz, cada passo é milimetricamente calculado para não colocar a equipe em risco.
Com armas de airsoft em punho — que são réplicas de fuzis de verdade, mas com a ponta vermelha — eles dizem, no entanto, ser contra o armamento da população como solução para a segurança pública do país, proposta que, vira e mexe, entra no debate entre os pré-candidatos à Presidência da República. Estrategistas, os jogadores de airsoft também criticam a falta de discussão sobre os planos de governo dos candidatos.
“O (Jair) Bolsonaro (PSL) pode até ter boas intenções e dizer que as armas protegem o homem de bem, mas, diante da legislação frouxa de nosso país, isso traria mais desvantagens do que benefícios”, explica o empresário Klauber Vogel, 36 anos.
O deputado federal é autor de um projeto de lei, em tramitação na Câmara, que facilitaria os trâmites para o porte de arma. Atualmente, de acordo com o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03), o civil que deseja ter o registro precisa fazer um requerimento à Polícia Federal, alegando exercício de atividade profissional, como no caso dos seguranças privados, ou riscos excessivos à integridade física, como pessoas que moram em áreas de risco.
Há diferença entre a posse e o porte de arma. A primeira consiste em manter o equipamento no interior de residência ou no local de trabalho. O porte, por sua vez, pressupõe que o objeto esteja fora destes locais, ou seja, em circulação com o cidadão. Caso a pessoa tenha o direito apenas à posse, é necessária uma autorização especial da PF para que seja feito o transporte do armamento.
Klauber sente falta de uma discussão efetiva entre os pré-candidatos com soluções para problema da segurança pública e diz não confiar em nenhum dos nomes que se colocaram na disputa. Porém, indica que em um eventual segundo turno não votaria em hipótese alguma em um candidato de esquerda. “O país regrediu sob as gestões tidas como progressistas. Até acredito que o Lula (PT), lá atrás, se elegeu e passou a seguir uma cartilha deixada por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas o desfecho foi trágico.”

fonte: https://veja.abril.com.br/politica/atiradores-de-airsoft-sao-contra-armamento-da-populacao/
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